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Comunicação

O RESGATE DA COMUNICAÇÃO por Marlon Camargo

Há dois caminhos para a comunicação: o performático e o autêntico.

Um grande aprendizado na pesquisa sobre comunicação é compreender que os termos não são neutros. É no uso da linguagem que se revelam os significados e valores culturais de cada período vivido. Essa perspectiva transcende a performance e retoma a necessidade do uso da comunicação em sua essência.

A raiz semântica da palavra “comunicação” está relacionada com congregar, partilhar de significados em comum. A origem da palavra vem do latim e se revelou ao mundo com maior ênfase a partir 1160 carregando a ideia de comunhão. Embora pareça uma analogia simples é necessário reforçar que a comunicação está relacionada com uma abordagem comunitária.

A expansão do termo comunicação, se deu no uso da tecnologia. No século XV, na medida em que a imprensa surgiu, houve o processo de crescimento da dimensão performática da comunicação. Portanto, a dinâmica de transmissão e difusão ganham espaço.

Embora ambas as dimensões comunicativas apresentem seus atributos negativos e positivos, é preciso compreender a força desproporcional na utilização da técnica em relação as conexões comunitárias.

Dos anos 1500 até 2020 as tecnologias avançaram e no seus usos houve o distanciamento das relações geográficas. Se na era pré-moderna, uma comunicação se dava em um ambiente local, comunitário. Na hipermodernidade a comunicação é globalizada e vivida de modo virtual.

Em um ambiente hipermoderno, se estabeleceu relações distantes que ignoram a presença e são intermediadas por aparatos tecnológicos. Não se tem aqui a pretenção determinista de atribuir aos usos da tecnologia todas as mazelas da sociedade, mas é necessário compreender que ela não deveria sobrepor as dimensões humanas e comunitárias. Logo, a proposta dessa abordagem não é trazer juízo de valor quanto a utilização de uma comunicação performática ou comunitária. Trata-se aqui de tencionar a necessidade do equilíbrio entre o uso do aparato tecnológico e a demanda por relações humanas.

Ainda que celebrada em uma dimensão mercadológica a comunicação que contabiliza visualizações, em uma lógica de IBOPE, se revela como consequência do individualismo moderno. Se comunica pelo “meu” resultado e não necessariamente para gerar conexões com a sua comunidade. Nesse contexto, há de se resgatar a perspectiva humana brutalmente assassinada por esquizofrênicos apaixonados pelo Vale do Silício.

A provocação é uma alusão a exacerbação dos valores hipermodernos, relacionados ao mercado, que se refletem no individualismo e na emancipação do sujeito. Com a exacerbação dos valores valores da modernidade, se revela uma sociedade regida pelo espetáculo: um deus hipermoderno.

Note que aqui, não há uma crítica em relação a utilização de técnicas de comunicação, mas se reforça a necessidade do resgate de uma comunicação autêntica, relacionada com a comunhão, ao ato de congregar.

Uma comunicação autêntica tende a ser aquela que olha no olho e expressa a sua humanidade ao respeitar o próximo.

LIVE O PODER DA COMUNICAÇÃO – com Luciano Subirá

Participei de uma live com o autor Luciano Subirá. Discutimos a relação que há entre a Estrutura de Conteúdo, o poder da comunicação e a igreja na contemporaneidade.

Live com Luciano Subirá sobre comunicação estratégica.

COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA PASSO A PASSO

Utilizo seis caminhos para conduzir um projeto. Através deles, cumpro o propósito de inspirar e capacitar pessoas e instituições para agirem de forma estratégica, criativa e inovadora. Ao utilizar a ESTRUTURA DE CONTEÚDO como ferramenta estratégica.

DIAGNÓSTICO

Desvendar o real desafio é fundamental para propor soluções estratégicas e inovadoras. Nesse processo é utilizado o método Canvas que permite mapear o modelo de negócio e identificar, através de um processo visual, quais as principais “dores” (problemática) que precisam de solução.

IMERSÃO

É um dos processos mais importantes do projeto. Aqui a caminhada é em direção ao target. O principal objetivo é entender o consumidor e o mercado o qual se está inserido.  A imersão acontece nas seguintes dimensões: desk research, etnografia urbana e net-nografia. Esse é um processo fundamental que resulta na construção de personas e gera insights para possíveis caminhos estratégicos.

IDEAÇÃO

Aqui, é fundamental um ambiente livre, descontraído e com processos estruturados. Pode parecer contraditório falar em processos em um ambiente criativo. Mas, sim, é fundamental estruturar um fluxo da ideação para gerar sinapses e boas ideias. Para isso, acreditamos em duas ferramentas incríveis: gamestorming e a facilitação gráfica.

PROTÓTIPO

Trata-se de um item importante, que complementa o processo de ideação. Poderíamos dizer que ele é a ponte entre as ideias e a sua execução. Através do protótipo é possível construir um “rascunho” do projeto, de tal forma, que permita entender na prática como seriam as ideias e suas aplicações. Uma boa ideia só é uma boa ideia. Uma boa ideia bem executada é inovação.

GESTÃO DE PROJETO

Um ponto fundamental dentro de um projeto é delimitar os passos, item a item, necessários para realização do projeto. De forma simples e intuitiva delimitamos o passo a passo diário e os responsáveis por cada tarefa. Assim, toda a equipe visualiza o todo e torna-se mais fácil para gerenciar a rotina do projeto.

CONTENT MARKETING

Ao longo dos anos convivendo no mundo da comunicação sempre nos brilhou aos olhos a narrativa, ou para ser mais contemporâneo o storytelling. Por muito tempo aplicamos o storytelling em apresentações corporativas e vídeos. Com o amadurecimento e profundas pesquisas percebemos que todos os nossos serviços estão diretamente ligados ao Content Marketing. O content marketing é um método que tem como objetivo gerar resultados por meio da entrega de conteúdo relevante a um determinado público.

O PODER DO CONTENT MARKETING

O content marketing é algo antigo e ganha força pelo uso da internet.

Uma das boas descobertas ao longo do meu mestrado foi o paralelo entre o content marketing e as relações de poder estabelecidas por meio da produção de conteúdo recorrente. O poder da comunicação esteve por muitos anos centralizado nas mãos da grande mídia. Desde 1995 o cenário mudou com a chegada da internet. Agora, as instituições e os indivíduos encontram no content marketing ferramentas necessárias para o estabelecimento de relações de poder. Quando se fala em poder, é comum pensar no poder coercitivo que um ser superior determina e os seus súditos obedecem. No contexto aqui utilizado se parte da proposta de Foucault ao considerar que poder não existe. O que há, são relações de poder que na maioria das vezes se estabelece com significados concebidos por meio de narrativas.

O PODER DO CONTENT MARKETING ESTÁ NA SIMETRIA DE COMUNICAÇÃO

Um texto envolvente, clássico da comunicação, é o Codificação e Decodificação de Stuart Hall. Para ele, a comunicação efetiva acontece quando se gera simetria entre quem codifica a mensagem e aquele que a decodifica. Essa simetria no content marketing se estabelece a partir da recorrência do conteúdo. Um bom exemplo para tangibilizar a ideia de simetria na comunicação é imaginar um encontro casual no shopping entre você e aquele jornalista que todas as manhãs você o ouve no rádio. O mais comum é você seguir o seu impulso e ir ao encontro do jornalista, você o chama pelo nome, o trata de modo íntimo e conhece todas as suas ideias de mundo. Isso ocorre porque o conteúdo recorrente – todas as manhãs – produz essa simetria. Quando há uma audiência fiel constituída há também uma deliberada influência em sua decodificação. Perceba que se trata de uma influência, logo, sempre haverá a escolha do decodificador. Entretanto, a simetria na comunicação tende aproduzir uma leitura preferencial por parte da audiência.

TAKEAWAY

O poder do content marketing está na palma das mãos. A decisão é se ele estará nas suas mãos ou na de terceiros. Há uma explosão do que se convencionou chamar de influencers digitais. Trata-se de indivíduos que se apropriaram da produção de conteúdo para ter voz no mundo.

E você tem voz?

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